Um sistema de pagamentos revolucionário somado a uma moeda livre: o Bitcoin veio para ficar e está mudando o mundo

Se um americano comprasse hoje, em 2015, um produto que em 1913 custava US$20,00, quanto será que ele pagaria? Não muito mais do que os 20 dólares, responde a maior parte das pessoas, afinal, os Estados Unidos da América é considerado um país de economia e moeda estáveis. Pois bem, a resposta é 482,10 dólares! Sim, uma inflação de preços acumulada de mais de 2.300%.

O dólar, a moeda padrão nos negócios mundiais, emitida pela mais poderosa nação do mundo, já perdeu mais de 2.300% de seu valor de compra desde a criação do Federal Reserve – FED -, em 1913. A história se repete em todas as nações após a fundação de seus bancos centrais: perda monstruosa do poder de compra de suas moedas. Em países como o Brasil, a conta é tão grande que dá vergonha de mostrar.

Por que as moedas nacionais perdem tanto poder de compra, enquanto metais preciosos não? O ouro, por exemplo, mantém seu valor diante do dólar (ajustado pela inflação), desde sempre. Ou seja, digamos que uma casa em 1920 custasse 1 kilo de ouro. Hoje, o mesmo tipo de casa continua custando basicamente a mesma coisa, mas em reais, dólares, ou qualquer outra moeda, a diferença nominal é gritante.

Este efeito de perda de valor de compra das moedas nacionais controladas por bancos centrais, tem a mesma causa em qualquer país: o estado interventor. Desvalorizar a moeda é uma prática utilizada por estados e governos há séculos. É a forma menos visível de cobrar impostos da população.

Eis que com o advento da internet e da criptografia avançada, em 2009, após outra grande crise mundial, surge o Bitcoin: um sistema de pagamentos e uma moeda descentralizados. Uma unidade da moeda Bitcoin hoje, para se ter uma ideia, vale cerca de R$950,00! Com o Bitcoin é possível enviar recursos para pessoas em qualquer lugar do mundo, sem passar por qualquer banco ou instituição financeira. Isto significa que você pode, por exemplo, enviar dinheiro para um familiar que está morando no outro lado do mundo, em segundos, direto de seu iPhone, smartphone ou computador, a um custo irrisório.

A moeda Bitcoin tem sido utilizada cada vez mais em países com governos pouco confiáveis, como é o caso da Argentina, da Grécia, ou da Venezuela, onde a população busca se proteger da perda de valor de compra e do confisco governamental. Porém, cidadãos de países com economias mais estáveis como o próprio Estados Unidos, ou Inglaterra, França, Japão e Suécia, também têm buscado no Bitcoin uma maneira mais segura de garantir seu poder de compra e flexibilidade em suas transações financeiras.

O Bitcoin não é controlado por governo algum, mas pelo livre mercado, tem uma quantidade finita de unidades, é totalmente transparente e descentralizado (são milhares de computadores ao redor do globo que formam a rede Bitcoin). A criptomoeda mais famosa do mundo já está fazendo a diferença na vida de milhões de pessoas em todos os cantos do globo. E você? Vai ficar de fora? O Bitcoin é a maior revolução humana depois da internet. É uma daquelas coisas das quais não se tem como escapar. Hoje já é possível comprar praticamente tudo com a moeda digital, desde um almoço, uma passagem aérea, uma diária de hotel, até mesmo uma casa, ou um carro. Está acontecendo! O futuro é agora e ele é digital.

 

Artigo publicado na Revista Você+ em setembro de 2015.

 

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Daniel Romanelli Herkenhoff Coelho é empresário, desenvolvedor de aplicativos para plataforma Apple, vascaíno, entusiasta tecnológico e, o mais importante: filho de cachoeirenses.